A 59ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia abriu oficialmente suas portas ao público em 23 de abril de 2022. Intitulada "The Milk of Dreams", a exibição está recebendo mais de 210 artistas de 58 países com mais de mil obras de arte e instalações que promovem arte, ciência, pesquisa e transição ecológica das ciências humanas ambientais.
A exposição deste ano tem curadoria de Cecilia Alemani e é organizada pela Biennale di Venezia sob a presidência de Roberto Cicutto. O tema é baseado em um livro de mesmo título de Leonora Carrington que descreve um mundo mágico onde a vida é constantemente repensada pelo prisma da imaginação. 80 participações nacionais exibirão seu trabalho no Pavilhão Central, Giardini e Arsenale, incluindo 5 participações estreantes: República de Camarões, Omã, Namíbia, Nepal e Uganda.
Continue lendo para conhecer as primeiras intervenções arquitetônicas e pavilhões nacionais que acontecem na Bienal de Arte de Veneza 2022.
Hanji House Pavilion / Stefano Boeri Architetti
Projetado por Stefano Boeri Architetti, o pavilhão da Hanji House é um projeto site-specific feito em diálogo com a exposição Chun Kwang Young: Times Reimagined, que apresenta 40 relevos, esculturas e instalações de grande escala, em papel feito de amoreira, criados pelo artista coreano Chun Kwang Young, no Palazzo Contarini Polignac, em Veneza. Instalada nos jardins do Palazzo, a Hanji House é uma versão de madeira da 'arquitetura de árvore de papel', inspirada na prática lúdica de “Hanji”, nome dado a uma técnica tradicional coreana que utiliza o papel derivado da amoreira dobrado em uma modularidade geométrica simples. A estrutura é feita de uma combinação de quatro pirâmides no topo de um paralelepípedo, criando um losango no meio. Dentro do pavilhão, uma instalação de arte interativa em tempo real do artista Calvin J. Lee transforma os elementos triangulares hanji em formato virtual.
Turba Tol Hol-Hol Tol / Pavilhão Chileno
O Pavilhão Turba Tol Hol-Hol Tol é um projeto coletivo liderado pela curadora Camila Marambio que explora a conservação e a visibilidade das turfeiras, um tipo de pântano negligenciado que é considerado o ecossistema natural mais eficiente para acumular carbono na atmosfera. Ele conta a história de como esses importantes ecossistemas ao redor do mundo ocupam um lugar fundamental nas culturas indígenas, especialmente no contexto das mudanças climáticas. Apresentada pelo Ministério das Culturas, Artes e Patrimônio e pelo Ministério das Relações Exteriores do Governo do Chile, a instalação é obra de uma equipe multidisciplinar do artista sonoro Ariel Bustamante, a historiadora de arte Carla Macchiavello, a cineasta Dominga Sotomayor e o arquiteto Alfredo Thiermann, para citar alguns, juntamente com a Wildlife Conservation Society-Chile, o Parque Karukinka da Terra do Fogo e a Fundação Cultural Selk'nam Hach Saye.
Dixit Algorizmi – The Garden of Knowledge / Pavilhão do Uzbequistão
Estreando na 59ª Exposição Internacional de Arte de La Biennale di Venezia, a Art and Culture Development Foundation (ACDF) da República do Uzbequistão está apresentando Dixit Algorizmi - The Garden of Knowledge. Com curadoria de Space Caviar e Sheida Ghomashchi, o pavilhão apresenta uma reflexão sobre o trabalho seminal de Muhammad ibn Mūsā al-Khwārizmī, um cientista e polímata responsável pela introdução de algarismos hindu-arábicos na Europa. A pesquisa mais significativa de Al-Khwārizmī ocorreu na House of Wisdom em Bagdá, considerada um local de encontro e troca, centrada em jardins formais planejados na tradição islâmica. O pavilhão fará referência a essa tradição do jardim como um local de encontro e troca, e questionará os mitos e narrativas das tecnologias modernas, "usando as práticas artísticas contemporâneas para explorar suas raízes esquecidas e ressonâncias negligenciadas com lugares, tempos e culturas distantes".
O pavilhão apresenta pisos de alumínio polido, superfícies refletivas e simetrias que lembram os jardins geometricamente planejados - especificamente os espelhos d'água no coração dos jardins islâmicos tradicionais. O espaço também tem um arranjo botânico de lavanda do mar seca, pendurada como nuvens, uma flor nativa do Uzbequistão e que faz referência à cor roxa, proeminente na arquitetura uzbeque. Em paralelo ao programa público hospedado no pavilhão, Velocity0, uma instalação sonora do músico uzbeque Abor Zufarov e da artista e compositora Charli Tapp servirá como um hub para compositores internacionais, convidando-os a experimentar o algoritmo do Velocity0, por meio de uma plataforma desmaterializada chamada The Program.